Um romance sobre o duplo. O terror da semelhança existe na literatura desde há muito. Outro exemplo notável é a vida atormentada de Gérard de Nerval, que alimentava a sombria expectativa de encontrar seu duplo, alguns de seus livros tratam, inclusive, da questão do duplo, como é o caso de Aurélia, Silvia. O livro de Saramago, mesclando ironia e ritmo de romance policial, descortina os labirintos de uma sociedade contemporânea onde as certezas foram reduzidas a cinzas. E nós mesmos, talvez, sejamos uma fina teia de sonho, prestes a ser desfeita pela mão do acaso ou do destino.
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ResponderExcluir. Tertuliano Maximo Afonso, personagem da narrativa de "o Homem duplicado" de José Saramago, é um homem comum, pacífico sem maiores perspectivas na vida, professor de História, disvorciado, vê sua vida modificada quando recebe de um amigo das Matemáticas um vídeo intitulado quem Porfia Mata Caça. Ao assistir o vídeo percebe um ator secundário fisicamente igual a ele. A partir desta descoberta José Saramago conduz o leitor a perbecer , a perda do eu em meio às ocupações. O personagem, Maximo Afonso, sai numa busca desenfreada e aluga todos os filmes da produtora onde seu semelhante atuou. As relações humanas e o que as pessoas são capazes de fazer são mostradas com riqueza de detalhes, há um jogo de interesse por parte de Tartuliano, onde acaba mentindo para Maria da Paz, a mulher que talvez fosse a Maximo Afonso "Embora sabendo que vai mentir, pensa no entanto, que essa mentira será como uma forma tergiversada da verdade, quer dizer, ainda que a explicação seja redondamente falsa, o simples fato de repitir vai, de alguma forma, torná-la verossímil" [pag.86] Percebe-se uma mudança de personalidade, o homem continua o mesmo,em Tartuliano, pois o homem pacífico do inicio da narrativa parece perceber agora como ninguém o verdadeiro estado das coisas, configura-se agora em um homem que está em busca de algo de uma resposta de um sentido na sua vida, mesmo que esse sentido advenha do fato de ter um duplicado, cópia fiel a sua ou de ser ele o duplicado o que acaba acontecendo. Há um outro personagem, não sei se assim posso chamá-lo, que é o "senso comum" que entra nas conversas de Tertuliano Maximo Afonso, uma espécie de fluxo de sua consciencia que o conduz nas suas decisões aconselhando-se a si mesmo. “...o senso comum é demasiado comum para ser senso.”
ResponderExcluirO duplo
. A questão do duplo como é apresentado nesta nota introdutória, parece ser um duplo que não consigo vizualizar, se o duplo parte do terror da semelhança, Tertuliano Maximo Afonso e António Claro são sisudos demais para serem sinistros. O duplo na minha visão supõe o oposto do outro; "o bem e o mal". Ou tudo não passou de um sonho ou Tertuliano Maximo afonso é esquizofrênico.
@acarnot
O homem e seu duplo de José Saramago é um romance escrito em 2002 que tratará da temática do homem contemporâneo, com todas as suas mazelas psíquicas, seu caráter multefacetado, sua perda de identidade. A construção da narrativa faz com que se perceba que o autor colocou o historiador como representante do real, do concreto.E o ator como a ficção, com fatos que poderiam ter acontecido. Tertuliano, o professor de história, parece estar destinado a encontrar o seu duplo. Esse contato com a arte literária - representada pelo ator - permitirá que Tertuliano inicie uma viagem dentro de si, rumo ao autoconhecimento. Tertuliano não apenas entrou em contato com o ator, mas sim, tomou o seu lugar. o que me chamou atenção foi que na realidade o professor de história é, na verdade, quem morre, uma vez que terá que esquecer sua própria vida e encarnar a figura do ator. Assim, o ator morre e, entretanto, continuará vivo na pele de Tertuliano. É uma ironia: o professor de história está vivo, mas, na realidade, morreu e o ator, por sua vez, morreu, mas de fato, está vivo.
ResponderExcluiressa obra conta a hitoria de um professor de historia,divorciado, que entidiado de sua vida cotidiana, resolve assistir um video,o qual foi sugerido por um amigo de trabalho, para sua distracao e estimulo,foi recomendado um filme de comedia entitulado " quem porfia mata a caca ". a reacao do professor tertuliano o faz refletir sobre sua propia imagem,no autor chamado, daniel santa clara,o seu duplicado,o surpreendente encontro esta por vir, mas o final dessa historia ainda nao vai ser possivel concluir pois ainda nao terminei de ler este livro... ( livia )
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